A deputada federal Carla Zambelli (PL) anunciou sua intenção de viajar para a Itália e estabelecer moradia no país europeu. Zambelli foi condenada a prisão no Brasil, por promover um ataque hacker contra o sistema do CNJ.
Em entrevista, Zambelli foi clara ao afirmar que pretendia viajar à Itália por acreditar que não seria extraditada pelo governo do país europeu. O motivo dessa convicção se deve a cidadania italiana, que Zambell revelou ter.
“Como tenho cidadania italiana, eu sou intocável na Itália, não há o que ele [Alexandre de Moraes] possa fazer para me extraditar onde sou cidadã, eu estou muito tranquila em relação a isso”, declarou à CNN.
Acontece que a situação da deputada não é tão simples assim. Existe um precedente que pode servir para que o governo italiano execute a extradição da deputada, mesmo ela tendo cidadania no país.
Pelo menos, é isso que aponta Celso de Mello, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2015, no contexto do Mensalão, Henrique Pizzolato foi extraditado pelo governo italiano. Sua situação na época era semelhante a de Zambelli.
Nascido no Brasil, Pizzolato era cidadão brasileiro e tinha cidadania italiana. Pizollato fugiu do Brasil em 2013, mas foi preso pelas autoridades italianas em 2014 e submetido ao processo de extradição, concluído em 2015. Pizzolato era ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e foi deportado pela Itália por ser condenado no escândalo do mensalão.
“Portanto, a declaração de Carla Zambelli, de que ela “é intocável” na Itália, porque também tem nacionalidade italiana, é contrariada por precedente da Corte de Cassação e do Conselho de Estado da Itália”, afirmou Celso de Mello, segundo o portal CGN.
Zambelli teve o nome oficialmente incluído na lista de procurados da Interpol. A inclusão se deu após a deputada ser alvo de mandado de prisão, se tornando oficialmente foragida da Justiça brasileira.
