Uma jovem de 24 anos faleceu após complicações decorrentes de seis cirurgias plásticas realizadas simultaneamente no interior do Ceará. Viviane Lira Monte passou pelos procedimentos em um único dia na cidade de Sobral e, mesmo após sinais de complicações, foi liberada por um médico plantonista no dia seguinte.
O caso reacende o debate sobre a segurança na realização de múltiplas cirurgias estéticas ao mesmo tempo e a necessidade de cautela na escolha dos profissionais de saúde.
Os procedimentos incluíram:
- Mamoplastia Redutora (redução de mama);
- Lipoaspiração no abdômen;
- Lipoaspiração nos braços;
- Lipoaspiração nas costas;
- Lipoaspiração no pescoço;
- Lipoenxertia glútea.
A família de Viviane relatou que outros médicos já haviam recusado realizar todas as cirurgias em uma única operação, alegando riscos à saúde. No entanto, um profissional aceitou realizar os procedimentos, o que, segundo os familiares, configuraria negligência.
“Agora, depois de tudo o que aconteceu, a gente vê que nenhum médico faz tantos procedimentos de uma vez. E ele aceitou fazer. A gente não sabe ainda o que foi conversado com ela, qual sonho venderam, se houve um erro médico ou se foi uma fatalidade. O que a gente percebe é que nenhum outro médico faz tantos procedimentos de uma vez só o que reforça a nossa suspeita de que ele tenha sido imprudente, negligente e tenha, de certa forma, iludido ela de que isso daria certo”, comentou Ayrton, um amigo próximo de Viviane.
Após a cirurgia, a jovem começou a apresentar dores no estômago e dificuldade para urinar. Naquela ocasião, o médico responsável pelos procedimentos cirúrgicos não estava mais na cidade, orientando que a levassem para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Na UPA, o quadro de Viviane se agravou. Ela apresentou sintomas de falta de ar e desmaiou. Em estado crítico, foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu internada por 20 dias.
Durante esse período, enfrentou complicações como infecções bacterianas e fúngicas, necessitou de transfusões de sangue e chegou a sofrer uma parada cardíaca, da qual foi reanimada.
Sua situação, porém, piorou progressivamente, e ela faleceu no último dia 26 de setembro, um dia antes de completar 25 anos. Familares e amigos acompanharam o cortejo fúnebre de Viviane que foi sepultada sob forte comoção.
O caso levanta questionamentos sobre a ética e a responsabilidade médica ao aceitar realizar múltiplas cirurgias plásticas ao mesmo tempo, além de chamar a atenção para a importância de buscar opiniões médicas variadas e respeitar limites no desejo de realizar transformações estéticas.
O episódio evidencia os perigos associados a procedimentos invasivos e reforça a necessidade de maior regulamentação e fiscalização no setor de saúde estética.
