Um crime bárbaro com requintes de crueldade começou a ser desvendado por causa de um caderno que desempenhou um papel crucial para a Polícia Civil de São Paulo na resolução do caso do menino de sete anos, vítima de homicídio perpetrado pelo irmão mais velho, Guilherme Alcântara, de 19 anos, na última terça-feira.
No dia seguinte, os investigadores realizaram uma inspeção na residência da vítima, que estava desaparecida, e depararam-se com essa peça de evidência. As anotações no caderno continham expressões relacionadas à morte, assassinato e sangue, o que fortaleceu a suspeita de que algum membro da família teria envolvimento no desaparecimento da criança.
A Polícia Civil levou aproximadamente um dia para determinar que Guilherme França de Alcântara, de 19 anos, tinha cometido o homicídio e esquartejamento de seu irmão, de 7 anos, que era autista. O crime ocorreu na residência em que viviam com seus pais, localizada na zona sul de São Paulo.
Informações como a presença de câmeras de vigilância, o aroma de um perfume e anotações encontradas em um caderno escolar foram fundamentais para a captura do responsável pelo assassinato.
O incidente teve lugar entre 8h30 e 9h da terça-feira (26/9), quando Guilherme ficou a sós com seu irmão Caio França de Alcântara.
Guilherme utilizou uma técnica de estrangulamento, primeiro com uma chave de braço e depois com um cadarço, resultando na morte do garoto. Posteriormente, ocultou o corpo do menino dentro do guarda-roupa, momentos antes da chegada do pai, que estava em seu turno noturno de trabalho.
Ao perceber a ausência do filho mais novo, o pai iniciou uma busca pelo bairro, pedindo para verificar as gravações das câmeras de segurança dos vizinhos. No entanto, não havia registros de Caio deixando a casa.
Quando a mãe chegou em casa, foi informada sobre o desaparecimento e optou por registrar o ocorrido no 100º Distrito Policial.
Com os pais ausentes novamente, Guilherme encontrou a oportunidade para desmembrar o corpo do irmão, ocultando parte sob a cama e a outra no guarda-roupa.
Posteriormente, ele aplicou perfume no quarto na tentativa de mascarar o odor do corpo, que começava a entrar em processo de decomposição. No dia seguinte, agentes da polícia foram à residência.
Antes disso, ao analisarem as imagens das câmeras de vigilância, constataram que a criança não havia deixado o local. Ao adentrarem no quarto de Guilherme, foram surpreendidos pelo intenso aroma de perfume.
Lá, depararam-se com um caderno contendo anotações e um detalhe sobre um “desejo de matar”, chamou a atenção da polícia.
Diante disso, decidiram inspecionar o quarto e encontraram o corpo desmembrado da criança. Guilherme confessou o crime em seu depoimento à Polícia Civil.
Após ouvir o relato, o delegado Ricardo Igarashi, responsável pelo 100º DP, afirmou que o criminoso demonstra ser “uma pessoa fria” com uma “psicopatia inigualável”.
Guilherme foi formalmente acusado de homicídio triplamente qualificado por emboscada, motivo fútil e por ter sido praticado contra vítima menor de 14 anos.
A Justiça, no final da manhã desta quinta-feira (28), converteu a prisão em flagrante para prisão preventiva, ou seja, sem prazo determinado.