“Eu era um menino que começou a menstruar”, conta jovem com condição rara

Esta pessoa conta sua história.

Pessoas intersexuais costumam apresentar características internas ou externas de ambos os gêneros. Muitas pessoas que nascem com esta condição podem acabar sendo submetidas a uma cirurgia de redesignação sexual, ainda na infância.

Apesar disso, diversas comunidades que defendem os direitos dos intersexuais afirmam que a cirurgia não deve ser feita durante a infância, apenas com a decisão dos pais ou dos médicos. Eles defendem que a própria pessoa deve tomar a decisão quando for adulta.

Diante disso, abaixo você poderá conferir a história de uma pessoa intersexo, que se identificou pelo nome de Lia.

Ela conta que sua história começa logo na maternidade. Os médicos, confusos, disseram que ela tinha órgãos genitais subdesenvolvidos que não se pareciam com masculinos ou femininos.

Com isso, eles deixaram a decisão em sua mãe, para escolher qual gênero a criança teria.

Lia conta que sua mãe optou por uma filha e a registrou como uma menina.

“Então, no começo eu cresci como uma menina, e minha mãe me garante, como qualquer outra criança.”

Lia ainda revela que antes de entrar para a escola, foi a um exame médico. Na qual, os médicos afirmaram que ela era um menino.

Seus documentos e nome foram alterados e ela passou a viver como um menino. Além disso, precisou trocar de escola, pois haviam pessoas que a conheciam como menina.

Mesmo ainda criança, ela começou a se sentir estressada, por conta de tudo o que estava passando. Com isso, optou por usar roupas largas e deixar o seu cabelo comprido, na tentativa de se esconder.

Aos 13 anos, sofreu um acidente e passou por uma experiência terrível. Com uma fratura na coluna, escutou as enfermeiras debocharem de seu corpo e se questionarem se era homem ou mulher.

Após ter alta no hospital, precisou viver uma boa parte do seu tempo em casa, deitada. Sozinha, começou a se automutilar.

Apesar de os médicos não acreditarem que ela voltaria a ficar em pé, um dia isto simplesmente aconteceu.

Na escola, apesar do caminho levar apenas 20 minutos, por conta do acidente, Lia demorava duas horas para chegar até lá.

Ela ainda conta que sofreu bullying e outras crianças jogavam seus pertences longe, apenas por saberem que ela não poderia correr até elas.

Aos 16 anos, apesar de viver como um menino, acordou e encontrou sangue na sua cama.

No hospital, um médico realizou um ultrassom e chegou a a gritar que Lia tinha um útero.

Foi assim que descobri que tinha órgãos genitais femininos, que apesar de ser um menino estava começando a menstruar.

Lia conta que após todos estes episódios em sua vida, decidiu optar por seguir a vida como uma menina e realizou quatro operações para isso.

Escrito por

Juliana Gomes

Colunista de notícias dedicada a escrever sobre os mais diversos assuntos. Sempre fui apaixonada pela arte da escrita e pela literatura.