O brutal assassinato de Cláudia Regina da Rocha Lobo, secretária-executiva da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) do município de Bauru, localizado no interior do estado de São Paulo, abalou a comunidade local e revelou um suposto esquema de desvio de recursos na entidade.
A vítima, de 55 anos, foi morta a tiros e teve seu corpo queimado em uma chácara no dia 6 de agosto, mesma data em que foi vista pela última vez, de acordo com investigações conduzidas pela Polícia Civil.
O principal suspeito do crime é Roberto Franceschetti Filho, presidente da Apae de Bauru, que está preso temporariamente. A polícia descobriu que ele e Cláudia estavam envolvidos em um suposto esquema de desvio de recursos da entidade.
Planilhas encontradas no notebook de Cláudia indicam que ela recebia valores desviados por Roberto, conforme revelou a Delegacia de Investigações Criminais (Deic).
Roberto, no entanto, afirmou em depoimento que Cláudia solicitava “adiantamentos financeiros” para ajudar um familiar, justificando assim os valores que ela teria recebido.
Os eventos que levaram à morte de Cláudia começaram no dia 6 de agosto, quando ela foi vista pela última vez saindo do prédio administrativo da Apae com um envelope na mão, dirigindo um carro da entidade.
Imagens de câmeras de segurança confirmaram que Cláudia se encontrou com Roberto posteriormente. A investigação aponta que ela foi morta a tiros dentro do carro, enquanto estava no banco traseiro, e seu corpo foi posteriormente queimado em uma chácara no bairro Pousada da Esperança.
O caso tomou um novo rumo quando Dilomar Batista, envolvido na ocultação do cadáver, admitiu ter queimado o corpo de Cláudia a pedido de Roberto, sob ameaças contra sua família. Dilomar foi indiciado por ocultação de cadáver, mas responde em liberdade, após a Justiça negar seu pedido de prisão temporária.
A investigação da Deic revelou que a arma usada no crime pertencia a Roberto, com a munição disparada sendo de uma pistola calibre 380, confirmada por laudo pericial.
A geolocalização do celular de Roberto também o coloca no local onde o corpo de Cláudia foi encontrado. Roberto inicialmente confessou o crime, indicando o local onde o corpo foi queimado, mas depois voltou atrás, negando a autoria.
A prisão temporária de Roberto ocorreu nove dias após o desaparecimento de Cláudia, quando imagens de segurança desmentiram sua alegação de que não havia estado com ela no dia do crime.
O caso continua a ser investigado, com as autoridades aguardando os resultados da quebra dos sigilos bancários e do conteúdo dos celulares de Cláudia e Roberto para esclarecer a dinâmica do desvio de recursos e os motivos exatos que levaram ao homicídio.
A situação expôs uma complexa teia de má gestão, corrupção e violência, que resultou na trágica morte de Cláudia e na prisão de Roberto, deixando a comunidade de Bauru em estado de choque e buscando por justiça.