A investigação sobre o assassinato da motorista de aplicativo Ana Rosa Rodolfo de Queiroz Brandão, de 49 anos, pode ganhar novos contornos após descobertas recentes.
A coluna Na Mira apurou que a vítima foi estrangulada com um fio de náilon antes de ser esfaqueada por Antônio Ailton da Silva, de 43 anos, que se apresentou como pastor e já está sob custódia policial.
O crime ocorreu na tarde da última quarta-feira em Cruzeiro Velho, Distrito Federal. Com a constatação do estrangulamento, a linha de investigação conduzida pela 3ª Delegacia de Polícia poderá mudar de latrocínio para feminicídio, considerando possíveis motivações relacionadas ao gênero da vítima.
Ambos residiam em Valparaíso, município goiano no Entorno do Distrito Federal, e o pesquisador agora apuram se havia alguma conexão prévia entre eles. Segundo informações preliminares, Ana Rosa teria aceitado realizar uma corrida informal solicitada pelo suspeito, saindo das localidades da Rodoviária do Plano Piloto com destino a Valparaíso, pelo valor de R$ 35.
O ataque ocorreu durante o trajeto, resultando na morte do motorista dentro de seu próprio veículo, um Volkswagen Voyage preto, no Cruzeiro Velho. Momentos antes de falecer, a vítima conseguiu telefonar para o marido pedindo socorro, mas não resistiu aos ferimentos.
Câmeras de segurança na Quadra 4 capturaram a tentativa de fuga do crime, que atravessou o pé após o ataque. Apesar de ter sido avistado por testemunhas, Antônio Ailton só foi detido na 504 do Sudoeste, quando policiais militares o localizaram após buscas na região.
Um incidente marcou a perseguição quando, próximo à Rodoviária do Cruzeiro, testemunhas alertaram um sargento do Exército sobre o fugitivo. O militar tentou interceptar o suspeito, que reagiu ameaçando-o com uma faca. Mesmo após um disparo de advertência, o criminoso conseguiu escapar temporariamente até ser capturado no Sudoeste.
Antônio Ailton já era procurado pelas autoridades desde a madrugada de terça-feira anterior, quando tentou assassinar sua ex-companheira e uma amiga dela no Recanto das Emas.
Maria Custódio da Silva Gama, pastora e ex-mulher do suspeito, questionou em depoimento a legitimidade da posição religiosa dele, indicando possível falsificação de documentos para ganhar sua confiança.
O suspeito, que alegou ser pastor da Igreja Assembleia de Deus Vida e Paz de Valparaíso, demonstrou comportamento violento após não aceitar o termo de relacionamento, oficializado apenas dois dias antes da tentativa de feminicídio.
Desde então, foi procurado por agentes da 27ª Delegacia de Polícia do Recanto das Emas. Após o ataque a duas mulheres, a Polícia Militar intensificou o patrulhamento na região administrativa.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal prestou socorro às vítimas, encaminhando-as ao Hospital Regional de Taguatinga para receberem atendimento médico.