O impacto de uma tragédia como o acidente na Serra da Barriga, em Alagoas, ecoa de forma devastadora nos corações das famílias que perderam seus entes queridos.
Entre lágrimas e recordações, Maria das Graças Queiroz, viúva de Luciano de Queiroz Araújo, o motorista do ônibus que despencou da ribanceira, compartilhou os momentos de angústia que antecederam a fatalidade.
O acidente tirou a vida de 18 pessoas, incluindo a de seu marido, que teria alertado sobre problemas mecânicos antes da viagem. Segundo Maria, Luciano, de 47 anos, estava apreensivo ao sair de casa no domingo, dia do acidente.
Ele havia comentado sobre falhas no freio e declarou que “aquele ônibus não subiria” a serra. Apesar dos avisos, ele seguiu viagem, motivado pela necessidade de sustentar sua família.
A tragédia interrompeu os planos de Luciano, que se preparava para o casamento de sua filha em São Paulo. “Ele já tinha comprado o terno para entrar na igreja, e agora está em um caixão. É difícil acreditar”, desabafou Maria.
O ônibus, cedido pela prefeitura, havia passado por uma vistoria em outubro e, de acordo com o delegado responsável pelo caso, estava em condições de uso. No entanto, a investigação busca esclarecer se houve falha mecânica ou negligência.
Enquanto familiares vivem o luto, o acidente também levanta questões sobre a segurança no transporte público. Para muitos, a dor da perda é agravada pela sensação de que a tragédia poderia ter sido evitada.
A história de Luciano é um lembrete doloroso do preço pago pela dedicação de trabalhadores que enfrentam condições adversas em sua rotina.
