Bolsonaro enfrenta um julgamento que pode resultar não apenas na perda de seus direitos políticos por anos, mas também em sua prisão. O ex-presidente esta prestes e ser julgado por tentativa de golpe de estado, o que pode comprometer seu capital político.
Ainda assim, o ex-presidente garante que não vai “passar o bastão” para ninguém. Isto é, Bolsonaro sinaliza que não vai eleger um sucessor, um “pupilo”, para herdar seu capital político – independente do que acontecer durante o julgamento.
A declaração foi dada mais uma vez, durante a entrevista do ex-presidente ao podcast Inteligencia Ltda. Bolsonaro estava acompanhado de Tarcísio Freitas, governador de São Paulo e apontado por muitos analistas como um potencial herdeiro do espólio bolsonarista, caso Bolsonaro realmente seja condenado.
No entanto, mesmo com o governador ao seu lado, Bolsonaro voltou a afirmar que não pretende eleger sucessores. O ex-presidente garantiu que só vai “passar o bastão” quando morrer. “Tarcísio, eu não vou passar o bastão para ninguém“, declarou.
A declaração foi em resposta a uma crítica de Paulo Figueiredo, filho do ex-presidente João Figueiredo. Paulo criticou a decisão de Bolsonaro em dar entrevista, por acreditar que a atitude pareceria uma “passagem de bastão”.
“Eu gosto muito do Paulo Figueiredo, eu acho ele um cara fantástico, gosto muito dele, mas deu uma derrapada aí. Já falei, eu só passo o bastão depois de morto”, afirmou Bolsonaro ao comentar.
Tarcísio, por sua vez, reforçou a declaração de Bolsonaro. “As pessoas interpretam errado a proximidade e o apoio. A gente vai estar junto do presidente Bolsonaro nesse momento, independente de qualquer interesse”, declarou Tarcísio.
Bolsonaro, no entanto, tem sucessores naturais. Pai de quatro filhos, o ex-presidente assiste os quatro investirem na carreira política. Eduardo Bolsonaro, atual deputado licenciado, é um dos candidatos a seguir os passos do pai.
