Em fevereiro de 2022, o youtuber Monark fez declarações em defesa da criação de um partido nazista no Brasil. Monark argumentava que o direito de criar tal partido deveria ser garantido como um direito fundamental, alegando que o contrário seria censura.
Monark ainda citou casos de outros países onde esse tipo de manifestação não é criminalizada – como é o caso dos Estados Unidos. No entanto, o youtuber se esqueceu da própria legislação brasileira, que prevê a criminalização de propaganda nazista.
Na ocasião, Monark foi alvo de ações e notas de repúdio, além de várias críticas nas redes sociais. No entanto, apenas agora, anos depois do Ministério Público de São Paulo (MPSP) prestou denúncia contra o youtuber.
Segundo as informações deste sábado (23/03), o MPSP entrou com uma ação na Justiça Civil pedindo por uma indenização de R$4 milhões contra o youtuber, alegando que Monark fez “expressa defesa da criação de um partido nazista e da possibilidade de se declarar e agir como antijudeu”.
“A criação de um partido nazista representa, em síntese, a criação de um partido político feito para perseguir e exterminar pessoas, notadamente judeus, mas também pessoas com deficiência, LGBTQIAP+ e outras minorias”, diz um trecho do documento assinado pelo promotor Reynaldo Mapelli Júnior.
No documento, o promotor ainda chama a atenção para o contexto em que o Brasil estava quando Monark fez tais declarações, pontuando que o país assistiu um crescimento vertiginoso de células neonazistas.