O programa Fantástico conta a história de Raquel. Desde seu nascimento, a jovem não possui sobrenome. Ela conta que não pode matricular-se na escola, não consegue pegar remédio no posto. Ser adotada pode ser a única solução para Raquel.
No último domingo, 21 de novembro, o tema da redação do Enem, teve como proposta a falta do registro civil e os milhões de brasileiros que vivem sem uma certidão de nascimento no Brasil.
O programa Fantástico traz ao conhecimento do público, a história de Raquel. Desde seu nascimento, a jovem cearense não possui sobrenome. Ela não consegue tirar nenhum outro tipo de documento, não pode ter acesso a serviços básicos.
O nome Raquel foi escolhido por Dona Maria de Fátima, que entrou na justiça para poder adotar oficialmente Raquel que foi deixada bebê em seu portão. Ela já tinha mais 14 filhos.
Rosilene Costa, uma das filhas que trabalha como faxineira conta que a mãe relatava para os filhos que só faltava a visita da assistente social para que ela pudesse ter a guarda de Raquel, ela sempre contou com isso. Porém a guarda de Raquel até atualmente não chegou e o resultado foi apenas um registro de nascimento que foi tirado por ordem judicial, mas que até hoje ainda está incompleto.
Quando a mãe de crianças de Raquel veio a falecer, Rosilene foi quem assumiu os cuidados com a menina, porém o processo de adoção foi interrompido. As consequências pela falta dos documentos continuavam insistindo. Essa situação é enfrentada por três milhões de pessoas que residem no país, que de acordo com dados do IBGE, vivem sem ter nenhum registro de nascimento.
Raquel lamenta que não possui um sobrenome, não tem documentos, não pode pegar remédio no posto, não pode ser matriculada em escola. Raquel que atualmente tem 18 anos de idade, agora revive com sua filha de 4 anos — que não foi registrada pelo pai — o mesmo drama que ela passou durante sua infância.
Raquel tentou voltar estudar após o nascimento da filha, porém seu pedido de matrícula foi negado pela falta de um documento válido. A família foi procurar ajuda e foi descoberto que a única esperança é uma adoção que pode ser realizada mesmo depois dos 18 anos de idade.