O uso das redes sociais por figuras públicas, especialmente em momentos de comoção mundial, exige sensibilidade e responsabilidade. A morte do Papa Francisco, líder espiritual de mais de um bilhão de católicos ao redor do mundo, gerou reações emocionadas e homenagens de diversas autoridades e fiéis.
No entanto, a postura do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) ao tratar o assunto acabou provocando forte indignação, inclusive entre seus próprios apoiadores. Gayer compartilhou uma montagem criada por inteligência artificial que retratava o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vestido como o pontífice.
Na legenda, sugeriu de forma irônica que Moraes teria dado um ultimato para ser nomeado como novo papa. A postagem, que misturava humor político com a morte recente do líder religioso, foi vista por muitos como um gesto de extremo desrespeito em um momento de luto.
A repercussão negativa foi imediata. Seguidores que tradicionalmente apoiam Gayer e compartilham de suas posições políticas conservadoras manifestaram descontentamento com a brincadeira. Confira os comentários na postagem abaixo:
Moraes deu 24 horas pra ser nomeado o próximo papa pic.twitter.com/o8seiszpno
— Gustavo Gayer (@GayerGus) April 21, 2025
Muitos lembraram que a maioria dos conservadores brasileiros também professa a fé católica e que zombar de um acontecimento tão doloroso poderia afastar apoiadores e causar divisão. Houve quem ressaltasse que o respeito à vida e à morte deveria se sobrepor às disputas ideológicas.
Críticas apontaram que o deputado, ao buscar visibilidade com uma provocação infeliz, se colocou em rota de colisão desnecessária com parte significativa de sua base.
A avaliação recorrente nas respostas foi de que atitudes como essa prejudicam o discurso conservador, ao reforçar a imagem de insensibilidade em situações que exigem respeito.
O episódio evidencia a importância de ponderação e empatia nas manifestações públicas, especialmente em tempos em que as redes sociais amplificam cada palavra e gesto.
Para lideranças políticas, manter o respeito diante da dor coletiva pode ser crucial para preservar sua credibilidade e reforçar o compromisso com os valores que dizem defender.