A esporotricose, uma infecção cutânea causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis, está se disseminando em vários estados do Brasil, e há registros de casos também na Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile.
Considerada uma zoonose, a doença continua a se propagar de forma descontrolada, conforme alertou o infectologista Flávio Telles, que atua como coordenador do Comitê de Micologia da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e é professor na UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Junto com o Sporothrix brasiliensis, outro agente causador da doença é o Sporothrix schenckii, presente em plantas, palhas, pedaços de vegetação e fibras. Este fungo afeta agricultores e outros profissionais que trabalham no campo.
“Atualmente, no Brasil, 90% [dos casos] é pelo brasiliensis, a transmissão felina. Cachorros e humanos não transmitem, só gatos”, reforçou Flávio Telles.
O que é esporotricose?
Cães e gatos também têm a possibilidade de contrair essa doença. No entanto, somente os felinos têm a capacidade de transmitir para os humanos, o que pode ocorrer por meio de arranhões, mordidas ou até mesmo gotículas de espirro.
Por esse motivo, é classificada como uma zoonose. É importante destacar que a doença não se transmite diretamente entre pessoa.
Os sintomas primários de esporotricose em seres humanos incluem:
- Uma pequena protuberância avermelhada na pele, parecida com uma picada de mosquito;
- Lesões ulceradas com presença de pus;
- Ferida ou elevação que aumenta de tamanho ao longo de algumas semanas;
- Feridas que não cicatrizam.
Adicionalmente, em casos mais severos, a esporotricose pode comprometer os pulmões, resultando em febre, tosse, dificuldade para respirar e dor durante a respiração.
A esporotricose pode ser categorizada em três tipos principais:
- Esporotricose cutânea: É a forma mais frequente da esporotricose em humanos, afetando principalmente a pele das mãos e dos braços.
- Esporotricose pulmonar: Embora seja rara, pode ocorrer quando se inala poeira contendo o fungo, podendo resultar em sintomas respiratórios.
- Esporotricose disseminada: Esta forma se manifesta quando o tratamento adequado não é administrado e a infecção se espalha para outras áreas do corpo, como ossos e articulações. É mais comum em indivíduos com o sistema imunológico comprometido.