Com mais de duas décadas de experiência na medicina, o cirurgião geral e bariátrico José Ricarte já se deparou com inúmeros casos de cistos, formações anormais geralmente benignas.
No entanto, um caso recente o impressionou de maneira especial. Na última segunda-feira (17), ele precisou remover um cisto de quase oito quilos de uma paciente, um dos maiores que já retirou ao longo de sua carreira.
Natural do Pará, mas criado no Acre, o médico se formou pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em 2000 e se especializou em cirurgia em 2004. Mesmo com sua vasta experiência, ele reconhece que nunca havia enfrentado um cisto dessa proporção.
Segundo ele, ao analisar a tomografia da paciente, já tinha noção do tamanho da formação, mas a cirurgia confirmou a magnitude do caso. A paciente, uma mulher de 34 anos com sobrepeso, começou a sentir uma dor abdominal súbita na semana anterior à cirurgia.
Ao procurar um pronto-atendimento, foi submetida a exames que identificaram a lesão. Diante do diagnóstico, foi encaminhada para o consultório do médico, que decidiu pela remoção do cisto.
Embora muitas cirurgias atualmente possam ser realizadas por videolaparoscopia, devido ao tamanho do cisto, essa abordagem não foi viável. O procedimento foi realizado em Rio Branco, onde há estrutura e profissionais capacitados para esse tipo de cirurgia.
O médico divulgou o caso com o intuito de conscientizar sobre a importância dos exames de rotina, recomendando que mulheres realizem check-ups anuais para monitorar sua saúde.
Além disso, alerta que sintomas como dor no baixo-ventre, menstruação irregular e dor durante a relação sexual podem indicar a presença de cistos e devem ser investigados.
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Os cistos são cápsulas que podem se desenvolver em diferentes órgãos ou tecidos do corpo e, na maioria dos casos, são benignos e assintomáticos. No entanto, há casos mais complexos que podem apresentar risco de malignidade e exigir tratamento.
Existem diversos tipos de cistos, sendo os mais comuns os ovarianos, mamários, renais, de tireoide e epidérmicos. No caso dos cistos ovarianos, estima-se que uma em cada três mulheres terá um ao longo da vida. Os cistos ovarianos se dividem em dois tipos principais.
O primeiro, chamado de funcional, está relacionado ao ciclo menstrual e tende a desaparecer sem intervenção médica. Já o segundo, conhecido como não funcional, resulta de um crescimento celular anormal, não tem relação com o ciclo menstrual e pode demandar tratamento específico.
O caso reforça a necessidade de um acompanhamento médico regular, já que muitas dessas formações crescem lentamente e não apresentam sintomas evidentes. Como ocorreu com essa paciente, a descoberta muitas vezes acontece apenas quando o quadro já evoluiu para um estágio mais avançado.