Adolescente ateia fogo em homem em situação de rua e transmite o crime ao vivo em rede social

O caso chocante aconteceu no Rio de Janeiro e segue sob investigação.

Um adolescente de 17 anos foi apreendido após lançar dois coquetéis molotov contra um homem em situação de rua que dormia em uma calçada na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O ataque cruel, que ocorreu a poucos metros da residência do jovem, foi transmitido ao vivo por uma plataforma digital, levantando preocupações sobre o uso de redes sociais para a disseminação de violência e discursos de ódio.

A agressão gerou indignação e levou à rápida identificação do suspeito. A família do adolescente, ao reconhecer sua imagem no vídeo que circulava na internet, decidiu procurar a delegacia e denunciar o caso.

Durante a apreensão do jovem, a polícia encontrou arquivos contendo material de abuso infantil armazenados em seu celular, ampliando a gravidade da investigação.

A transmissão do crime ocorreu pelo Discord, um aplicativo popular entre jovens que, além de ser utilizado para comunicação, também tem sido explorado para a disseminação de conteúdos perturbadores.

A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) tomou conhecimento do vídeo e acionou o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça, que trabalhou para rastrear o responsável pela publicação.

Por meio da análise de dados digitais e do monitoramento de IPs, os investigadores conseguiram localizar e identificar o adolescente. As apurações iniciais indicam que o ataque foi motivado por um desafio dentro de comunidades virtuais.

O jovem teria realizado a ação para se vangloriar diante de outros participantes e, segundo informações levantadas até o momento, teria recebido cerca de R$ 2 mil como recompensa de um indivíduo ainda não identificado.

Além disso, foi constatado que ele participava de grupos ligados a crimes de ódio, incluindo comunidades de cunho neonazista. Em um desses ambientes, ele utilizava um codinome que expressava aversão a determinadas classes sociais.

Na residência do adolescente, os policiais encontraram toucas, máscaras, luvas e uma faca, que possivelmente foram utilizados no ataque. O crime foi registrado em detalhes, com imagens mostrando a preparação dos explosivos e os pés da pessoa responsável pela gravação.

Agora, a polícia busca identificar os demais envolvidos, incluindo o cúmplice que registrou as imagens e os espectadores que acompanharam a transmissão ao vivo, as investigações estão em andamento.

A vítima do ataque, Ludierley Satyro José, de 46 anos, sofreu queimaduras em grande parte do corpo e foi internada em uma unidade hospitalar de referência que fica na Barra da Tijuca. Apesar da gravidade das lesões, seu estado de saúde é considerado estável.

O adolescente foi encaminhado à delegacia e responderá por ato infracional análogo à tentativa de homicídio triplamente qualificado, pelos agravantes de motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

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Além disso, também será responsabilizado pelo armazenamento de conteúdo de abuso infantil encontrado em seu celular. O caso levanta debates sobre o impacto de comunidades virtuais extremistas no comportamento de jovens e o papel das plataformas digitais na propagação de discursos violentos.

Escrito por

Fabiana Batista Stos

Jornalista digital, com mais de 10 anos de experiência em criação de conteúdo dos mais diversos assuntos. Amo escrever e me dedico ao meu trabalho com muito carinho e determinação.