O velório de Guilherme Alves Marques de Oliveira, de 18 anos, em São Paulo, foi marcado por um episódio violento envolvendo ao menos sete policiais militares. Guilherme, que foi morto um dia antes por disparos da Polícia Militar, teve seu último adeus interrompido pela invasão dos agentes, que agrediram os presentes, incluindo a mãe do jovem, Nilséia Alves.
Durante a invasão ao velório, o irmão de Guilherme tentou defender a mãe das agressões e acabou sendo retirado do local à força, sendo preso por desacato. Ele foi solto somente ao final do dia. A presença dos policiais no velório gerou revolta e reforçou as tensões entre a comunidade e a polícia, que já estavam exacerbadas desde a morte dos dois jovens.
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais militares dispararam 27 tiros contra Guilherme e Luís, sendo que um dos PMs foi responsável por 15 desses disparos. A justificativa apresentada pelos policiais foi a de que houve troca de tiros durante a ação.
A versão das famílias, contudo, difere das alegações policiais. Elas negam que os jovens possuíssem qualquer envolvimento com crimes e afirmam que ambos não tinham antecedentes criminais.
Guilherme foi atingido por tiros no tórax, abdômen e joelho, enquanto Luís recebeu um disparo fatal na cabeça. Além disso, as famílias questionam a alegação de que os rapazes portavam drogas e armas com numeração raspada, como sustentado pelos policiais.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo divulgou uma nota sobre o ocorrido, afirmando que o caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial, além de tráfico de drogas e tentativa de homicídio, e que a investigação ficará a cargo da Polícia Civil.
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Sobre a conduta dos policiais no velório, a SSP garantiu que todas as ações dos agentes serão investigadas e que medidas cabíveis serão tomadas. Esse caso levanta questões importantes sobre a atuação policial e o uso da força em comunidades vulneráveis, reacendendo debates sobre a violência e o controle social exercido pelas forças de segurança em São Paulo.