Descobertas antigas sempre despertam uma curiosidade única, especialmente quando envolvem figuras históricas enigmáticas. A recente identificação dos restos mortais encontrados em um caixão de chumbo nos subterrâneos da Catedral de Notre-Dame é um desses casos que mantêm o público intrigado.
Após o incêndio de 2019 que devastou grande parte da catedral, arqueólogos encontraram dois caixões de chumbo. A identidade de um deles foi prontamente revelada: Antoine de la Porte, um sacerdote local.
No entanto, o segundo caixão trouxe um mistério mais complexo. Conhecido como “O Cavaleiro” pela equipe, o homem, aparentemente um cavaleiro habilidoso, permaneceu anônimo por um tempo considerável.
Após muita pesquisa e análise, os arqueólogos agora acreditam que o corpo pertence ao poeta renascentista Joachim du Bellay, que morreu em Paris em 1560. Embora Du Bellay fosse um poeta amplamente conhecido, o fato de ele ter sido enterrado na catedral sugere que ele também tinha um papel clerical menor em Notre-Dame.
A descoberta foi possível graças à análise dos ossos e à correlação com registros históricos de saúde e idade. Joachim du Bellay foi uma figura essencial da literatura francesa, cofundando o grupo La Pléiade, que se destacou por promover a poesia na língua francesa, ao contrário do tradicional latim.
Hoje, sua poesia ainda é ensinada nas escolas francesas, mantendo seu legado vivo. Com esta descoberta, o mistério de séculos finalmente foi resolvido, oferecendo um novo capítulo à história de Notre-Dame e à rica trajetória de Du Bellay.