A criminalidade organizada no Brasil tem se sofisticado, com criminosos utilizando estratégias cada vez mais complexas e violentas, exigindo cada vez um maior empenho das forças de segurança para combater as facções criminosas.
Em uma série de investigações recentes, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) desarticularam parte importante do esquema por trás de ataques conhecidos como Novo Cangaço, caracterizados por assaltos a bancos em pequenas cidades, nos quais quadrilhas fortemente armadas tomam o controle da área.
Uma das figuras centrais identificadas nesse esquema é Elaine Souza Garcia, também conhecida como Patroa, presa na última terça-feira (10), junto com outros integrantes de sua organização criminosa.
Patroa é descrita pelas autoridades como uma peça-chave nas operações do crime organizado, responsável pela coordenação de negociações de drogas, armas e pela supervisão de assassinatos de rivais.
Seu marido, Delvane Lacerda, apelidado de Pantera, é apontado como um membro importante do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do Brasil, com forte atuação no tráfico de armas.
De acordo com os relatórios da PF, Pantera ajudou a facção a expandir sua influência para o Piauí e, ao lado de sua esposa, mantinha uma rede de apoio logístico e bélico para o PCC.
Um dos principais fornecedores de armamento para o casal era Otávio Alex Sandro Teodoro de Magalhães, conhecido como Terrorista, um atirador esportivo e colecionador (CAC).
Ele não apenas fornecia o armamento, mas também treinava o casal no uso de fuzis, armas utilizadas em operações de grande escala, como as do Novo Cangaço.
O esquema de compra e venda de armas, embora legalmente restrito pela legislação para CACs, era operado de forma ilícita, e na casa de Terrorista foi encontrado um vasto arsenal, incluindo explosivos.
Além de Patroa, Pantera e Terrorista, outros membros do PCC também foram presos durante a Operação Baal, que está em sua segunda fase. Entre eles, Diogo Ernesto Nascimento Santos, que tinha envolvimento no núcleo financeiro da facção e nas execuções de rivais, e Jakson Oliveira Santos, conhecido como Dako.
A operação revela um cenário de extrema organização e sofisticação por parte das facções, que conseguem driblar a legislação para adquirir e distribuir armamento pesado, ampliando seu poder de fogo.
A prisão desses membros é um passo importante no combate ao crime organizado, mas também evidencia os desafios de desarticular redes tão amplas e bem estruturadas.
A atuação integrada entre PF e MPSP é crucial para conter o avanço dessas organizações, mas o cenário exige uma constante adaptação das forças de segurança, visto que as facções também evoluem em suas práticas criminosas.