Líder de facção criminosa acusou idosos de praticarem vodu para tirar a vida do seu filho e comandou ataques que deixou 180 mortos

O caso vem gerando uma onda de comoção em todo o mundo.

Um massacre devastador em Cité Soleil, Port-au-Prince, capital do Haiti, chocou o mundo após a morte de aproximadamente 180 pessoas no último fim de semana. As vítimas, em sua maioria idosos, foram alvo de ataques supostamente motivados por crenças ligadas ao vodu.

O governo haitiano e organizações de direitos humanos condenaram a violência, que evidencia a crescente influência de gangues armadas no país. De acordo com a Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH), a violência foi desencadeada por Monel “Mikano” Felix, líder da gangue Wharf Jeremie.

Felix teria ordenado os ataques após acusar os idosos de causarem, por meio de bruxaria, a doença e posterior morte de seu filho no sábado (7). O governo, por meio de um comunicado, afirmou que a “linha vermelha foi ultrapassada” e prometeu mobilizar esforços para responsabilizar os culpados.

Cité Soleil, conhecida por ser uma das regiões mais pobres e violentas do Haiti, está sob rígido controle das gangues, que limitam a comunicação local e dificultam a divulgação de informações.

A crise humanitária na área se intensifica com assassinatos, estupros, sequestros e uma escassez crítica de alimentos. A crescente violência das gangues já resultou na morte de milhares de haitianos em 2024, agravando o sofrimento da população.

Apesar da aprovação de uma missão de segurança pela ONU, sua implementação tem sido limitada e carece de recursos. Autoridades haitianas pediram a transformação dessa missão em uma força de manutenção da paz, mas enfrentam resistência de países como China e Rússia no Conselho de Segurança.

A situação sublinha a complexidade da crise haitiana e a urgência de uma resposta internacional coordenada. O massacre em Cité Soleil é um reflexo brutal de uma nação assolada pela pobreza, violência e instabilidade política.

A busca por justiça para as vítimas e medidas para restaurar a segurança são essenciais para amenizar o sofrimento de um povo que enfrenta adversidades extremas diariamente.

Escrito por

Fabiana Batista Stos

Jornalista digital, com mais de 10 anos de experiência em criação de conteúdo dos mais diversos assuntos. Amo escrever e me dedico ao meu trabalho com muito carinho e determinação.