Em situações domésticas de alta tensão, a escalada de conflitos pode levar a desfechos drásticos e inesperados, exigindo respostas rápidas das autoridades e da comunidade para evitar perdas maiores.
Um episódio com essas características ocorreu nesta última segunda-feira (30), no município de Iúna, que está localizado na região do Caparaó no estado Espírito Santo, mobilizando bombeiros, moradores e equipes de resgate aéreo.
No início da tarde, um incêndio atingiu um apartamento onde estavam um casal e uma criança de cinco anos. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as chamas começaram na área entre a sala e o quarto, rapidamente se espalhando para outros cômodos.
O casal sofreu queimaduras de alta gravidade e foi transportado de helicóptero para uma unidade hospitalar de referência no atendimento a vítimas de queimaduras. A criança, que é cuidada pela mulher e não tem parentesco com o casal, saiu ilesa fisicamente.
O homem relatou às autoridades que o incêndio teve início após uma discussão conjugal. Após trocas de mensagens, ele teria ido até o apartamento para conversar pessoalmente.
Com a discussão intensificada, o homem alegou que a mulher, inconformada com a possibilidade dele deixá-la, teria jogado álcool sobre si e ateado fogo. Ainda segundo ele, tentou socorrê-la no chuveiro, mas foi impedido pelas chamas e pela fumaça.
Durante o resgate, moradores da região auxiliaram a retirada dos envolvidos. Imagens feitas por vizinhos mostram o momento em que a criança é lançada pela mulher da varanda do primeiro andar, sendo amparada por policiais militares.
O homem, já fora do imóvel, subiu em um prédio vizinho e conseguiu puxar a mulher até a sacada, de onde ambos foram retirados pelos bombeiros com o uso de escadas.
Após os primeiros atendimentos na Santa Casa de Misericórdia de Iúna, o casal foi transferido de helicóptero para receber cuidados especializados. A mulher permanece em estado gravíssimo.
Esse caso evidencia a importância de mecanismos de apoio psicológico, especialmente em contextos de relações conflituosas, além de reforçar a necessidade de políticas públicas voltadas à prevenção de situações extremas dentro do ambiente doméstico.