O julgamento de Paulo Cupertino, condenado a 98 anos de prisão pelo assassinato brutal do ator Rafael Miguel e dos pais dele, teve enorme repercussão em todo o país não apenas pela gravidade dos crimes, mas pelo comportamento inusitado do réu no tribunal.
Durante mais de duas horas de fala ininterrupta, Cupertino transformou o plenário em um palco de declarações desconexas, falas inflamadas e até comparações com os ex-presidentes Lula e Bolsonaro, surpreendendo jurados, advogados e espectadores.
Aos gritos, o réu negou o triplo homicídio cometido em 2019, que vitimou Rafael, de 22 anos, e seus pais, João e Miriam, com 12 disparos. Mesmo diante de testemunhos contundentes, como os da filha Isabela e da ex-mulher Vanessa.
Mesmo com filha e ex-mulher, o acusando diretamente, Cupertino insistiu na inocência e chegou a dizer que as acusações são parte de uma “manipulação psicológica” contra ele. “Não matei ninguém. Não sabia nem quem era Rafael”, declarou.
Em tom exaltado, afirmou: “Por que o Bolsonaro mentiu sobre a vacina? Por que o Lula falou aquilo? Eu sou igual: falo a verdade como ela é!”. Além das citações políticas, Cupertino se exaltou com sua própria defesa, interrompendo as advogadas diversas vezes e ignorando tentativas de condução do interrogatório.
Ao juiz, declarou: “Não quero pena de 20 ou 30 anos. Se for para me condenar, que seja com uma chapoletada”. Sua fala chegou a ser interrompida após discutir com promotores e se levantar do banco dos réus para confrontá-los. Veja trechos: Assista aqui
Apesar das tentativas de desviar o foco do crime, o júri foi unânime: Paulo Cupertino foi condenado por homicídio triplamente qualificado. Atualmente, ele está detido aguardando transferência para uma penitenciária em São Paulo.
O caso continua mobilizando a opinião pública e, após esse julgamento marcado por absurdos, o nome Cupertino dificilmente será esquecido tão cedo.