O município de Bom Jesus, que fica a cerca de 601 km da cidade de Teresina, capital do estado do Piauí, foi cenário de um trágico caso de feminicídio. Edina Martins Dias Lima, de 45 anos, foi encontrada morta no final da tarde desta segunda-feira (30) em sua residência.
O principal suspeito do crime é seu companheiro, que foi preso no local enquanto tentava encobrir vestígios de sangue. A polícia foi acionada por vizinhos que relataram uma intensa discussão momentos antes do ocorrido.
De acordo com a delegada Roane Melo, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e aos Grupos Vulneráveis de Bom Jesus, o homem tentou inicialmente alegar que Edina havia ingerido uma grande quantidade de remédios.
No entanto, o estado da casa, com marcas de sangue espalhadas pelo local, contradizia a versão do suspeito. Além disso, a vítima apresentava sinais de defesa, indicando que lutou por sua vida antes de ser morta. A cena do crime, segundo a delegada, demonstrava que Edina foi brutalmente agredida antes de falecer.
“Quando os policiais chegaram, ele tentou dizer que a vítima tinha tomado muitos remédios, mas a casa estava cheia de sangue, o que não condizia com a história. Existem marcas de defesa na vítima. Ela lutou muito por sua vida”, explicou a delegada.
Relatos de vizinhos sugerem que o comportamento agressivo do homem já era conhecido na região, embora Edina não tenha registrado queixas anteriores contra ele. Esse histórico de violência doméstica não formalizado dificulta a prevenção de casos semelhantes.
O relacionamento entre Edina e o suspeito era recente, com apenas alguns meses de duração. Esse curto período, segundo a delegada, pode ter contribuído para que o círculo social e familiar não estivesse plenamente ciente dos problemas enfrentados pela vítima.
Infelizmente, a falta de registros prévios de violência torna-se um obstáculo adicional para identificar e intervir em potenciais situações de risco. Esse caso reforça a necessidade de conscientização e ações mais incisivas contra a violência doméstica.
A denúncia por parte de vítimas e a atenção de familiares e vizinhos são essenciais para prevenir tragédias. A Delegacia de Atendimento à Mulher e aos Grupos Vulneráveis seguirá investigando o caso para apurar todos os detalhes e garantir que o responsável seja devidamente punido.
