A tentativa de Silvio Santos de concorrer à presidência da República em 1989 marcou um dos episódios mais curiosos e inesperados da política brasileira. Em um contexto de grande efervescência política, com a reabertura democrática após a ditadura militar e a promulgação da Constituição de 1988, a eleição de 1989 foi a primeira pelo voto direto em quase três décadas.
Silvio Santos, então já consolidado como um dos maiores nomes da televisão brasileira, surpreendeu ao lançar sua candidatura pelo pequeno Partido Municipalista Brasileiro (PMB), um partido de pouca expressão que seria extinto logo após o pleito.
A oficialização de sua candidatura ocorreu apenas duas semanas antes do primeiro turno, o que limitou drasticamente sua capacidade de campanha.
Mesmo assim, sua popularidade como comunicador o impulsionou nas pesquisas, alcançando cerca de 30% das intenções de voto e as pesquisas mostravam que o apresentador tinha chances reais de se eleger presidente com grande vantagem.
No entanto, problemas relacionados à legalidade do registro do PMB e ao fato de Silvio Santos ser proprietário de uma rede de televisão pesaram contra ele. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acabou barrando sua candidatura em 9 de novembro de 1989, apenas seis dias antes da votação.
A candidatura relâmpago de Silvio Santos gerou uma enorme agitação na disputa, que já era marcada pela pulverização de candidatos, mais de 20 no total. O processo eleitoral de 1989, que culminou na vitória de Fernando Collor sobre Luiz Inácio Lula da Silva, foi caracterizado por uma intensa competição e por contestações judiciais.
Entre os principais motivos da impugnação da candidatura de Silvio Santos estavam a irregularidade do registro do PMB e a não desvinculação completa do empresário de sua emissora de televisão, o que violava a legislação eleitoral vigente.
Após o indeferimento de sua candidatura, Silvio Santos evitou fazer comentários públicos sobre o episódio e nunca mais se envolveu diretamente na política. O comunicador optou por focar em sua carreira na televisão e nos negócios, onde continuou a exercer grande influência até sua morte aos 93 anos.
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A tentativa de Silvio Santos de se tornar presidente, embora breve, permanece como uma curiosidade histórica e um reflexo da complexidade e das surpresas que marcam o cenário político brasileiro.