Nesta segunda-feira (02/12), o presidente americano, Donald Trump, acusou o Brasil e a Argentina de desvalorizarem muito suas moedas, onde a consequência acabou prejudicando os agricultores dos EUA, pois as exportações destes países sul-americanos acabam tendo um valor muito mais baixo se comparado com as vendas em dólar.
Imediatamente Trump decidiu impor taxas sobre a importação de aço e alumínio, tentando frear o prejuízo em seu país.
Por essas e outras atitudes, como a não aceitação do Brasil na OCDE, é que o governo brasileiro deve se aproximar ainda mais da China. Bolsonaro vem encarando isso como um golpe na aproximação com Washington e a estratégia deve se voltar para o principal concorrente americano.
Relacionamento com Pequim
Bolsonaro sempre mostrou interesse e esforços para se aproximar de Washington, porém como estratégia, nunca tratou de maneira ruim a China. Hoje com esses longos meses de negociações para tentar chamar a atenção dos EUA, o Brasil tem uma amizade e resultados melhores com Pequim.
O país asiático está comprando cada vez mais carne bovina e suína do Brasil. Outro momento de uma boa relação, foi que eles foram os únicos a participarem dos leilões do pré-sal no último mês de novembro.
A esnobação de Trump sobre Bolsonaro, está deixando o Brasil mais confiável em realizar negociações a longo prazo com a China.
Segundo especialistas, Trump deu “um tiro no pé”, pois uma de suas preocupações é justamente a influência econômica crescente de Pequim na América Latina. Esse descaso com o Brasil, principal país da América do Sul, fará justamente que os chineses sejam cada vez mais influentes por aqui.
A China vem deixando bem claro que quer ser uma aliada do Brasil, independente de posições políticas e as últimas ações foram entendidas e apreciadas com sucesso em Brasília.
Petroleiras e importações
Para o governo brasileiro foi muito importante que as estatais chinesas CNOOC e CNODC tenham participado do leilão do pré-sal em novembro. Elas foram as únicas interessadas que comparecem a um convite especial de Bolsonaro durante a visita em Pequim.
O comércio bilateral entre os países chegou a 100 bilhões de dólares. Há também um interesse mútuo entre ambos, pois a China está passando por problemas em sua criação de porcos, que está sofrendo com a peste suína africana. Com isso ela está comprando muito mais carne bovina brasileira.
Foram credenciadas (autorizadas pela China) recentemente outras 45 processadoras de carne para exportação.
Reeleição de Trump
Essa determinação arbitrária de Trump contra o Brasil, foi justamente para agradar o seu eleitorado agrícola, pensando em sua reeleição em 2020. Mas a estratégia pode colocar Bolsonaro ainda mais envolvido com Pequim, inclusive é uma boa opção, já que Trump pode ou não ser reeleito, mas Xi deve permanecer no poder.
Bolsonaro espera que dólar caia em 2020, mas Guedes diz o contrário.