Três ex-seminaristas são os principais suspeitos de uma série de ameaças de morte e tentativas de extorsão a pelo menos três padres da diocese de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba. Há cerca de dois anos, os padres vinham sofrendo ameaças de calúnia e extorsão, que passaram a ficar mais graves, chegando a ameaças de morte. A diocese prestou denúncia, no início da semana, ao Ministério Público Estadual, que encaminhou o caso à Delegacia Distrital de Cajazeiras, onde um inquérito já foi instaurado.
Umas das mais recentes ameaças dizia que 15 padres seriam mortos em um evento católico, no mês de janeiro, e, logo após, o responsável pelo atentado cometeria suicídio na frente de todos. De acordo com o major José Ronildo, comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Cajazeiras, a série de ameaças teve início com o pedido de reingresso dos três seminaristas à arquidiocese. Com a negativa, os ex-seminaristas pediram a quantia de R$ 50 mil para que não divulgassem fatos supostamente ligados à vida íntima dos padres.
Um dos seminaristas, que morava em Cajazeiras, estaria morando em São Paulo. Já os outros dois são de João Pessoa, segundo o major José Ronaildo. Os três foram expulsos por problemas disciplinares dentro da arquidiocese. “Há suspeita de que havia um relacionamento homossexual entre eles, um deles, inclusive, chegou a confessar o interesse em um dos colegas”, revelou. Os três ex-seminaristas não teriam se conformado, segundo a versão da polícia, e iniciado uma série de ataque aos religiosos.
O inquérito está sob responsabilidade do delegado Luiz Barbosa Neto, da Delegacia Regional de Cajazeiras. Ele recebeu o inquérito ontem e uma das primeiras providências foi ouvir o bispo Dom José Gonzáles, responsável pela diocese de Cajazeiras. “Recebi o inquérito às pressas e ainda não tenho maiores informações. Vou começar a ouvir as partes para podermos chegar aos responsáveis pela denúncia”, garantiu o delegado.
Em
nota divulgada à imprensa, o bispo disse que ele e outras pessoas
passaram a receber telefonemas, e-mails e torpedos, de origem
desconhecida, denegrindo o clero e seminaristas com difamações e
calúnias, em linguagem desrespeitosa, agressiva e mesmo pornográfica.
“Por fim, as mensagens passaram a conter ameaças de todo tipo, também de
morte, pessoais e até coletivas, tentando criar um clima de terror e de
chantagem, com caráter extorsivo”, dizia a nota da Diocese de
Cajazeiras.